sábado, 24 de outubro de 2009

Amor-perfeito




















Amor-perfeito
(para AJ)

A mesa posta, em linho e prataria...
As velas... Não! Bastava-me o luar.
Nas taças de cristal, minha alegria...
Com rosas, demarquei o teu lugar.

Vesti-me rendilhada de poesia,
em meu cabelo, estrelas a brilhar.
Fiz do cio da noite a melodia,
para nossos sonhares embalar.

E o tempo foi tecendo seus segundos...
Em doces ilusões, percorri mundos,
onde um amor-perfeito floresceu.

Porém, nunca ocorreu tua chegada...
E agora, alcanço o fim da caminhada
sem conhecer o amor que julguei meu!

- Patricia Neme

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Homenagem a Mercedes Sosa











Mercedes Sosa

Se fue "La Negra", la de voz más bella
que San Miguel de Tucumán nos dio
- la que se hizo la voz de su gente,
voz de su pueblo, "voz de los sin voz".

Voz que se ha erguido contra dictadores,
en tiempos de una dura represión,
cantando la aflicción y los clamores,
de los yugados por la opresión.

También cantó costumbres de su tierra,
cantó el amor, la vida, la esperanza
- emocionando nuestros corazones.

Pero se fue, se fue Mercedes Sosa,
se fue y llevó su voz maravillosa,
para en el cielo aún entonar canciones

(Eloah Borda)

domingo, 4 de outubro de 2009

Soneto em Dor Maior




















SONETO EM DOR MAIOR

O amor que eu me desejo, tem cheiro de alvorada,
tem cor de lua cheia, nas brisas de jasmim...
Amor que me incendeia nos sons da madrugada
e tece com estrelas, os sonhos que há em mim.

O amor que eu tanto espero, tem boca apaixonada,
seu coração galopa por meu começo e fim;
me entrega seus silêncios, su’alma desnudada...
É beija-flor imerso, na flor do meu jardim!

O amor dos meus cantares, de rimas passionais,
é puro qual o orvalho, tão vasto quanto o mar,
não anda por atalhos, seu rumo é só me amar.

Que venha em vôo breve, dos céus dos imortais,
e então a vida eu sinta, com todo o seu ardor...
E olvide a Dor Maior, que jurei, fosse o amor!

Patrícia Neme

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Superação




















SUPERAÇÃO

Chorar por que, se é inútil o meu pranto,
se ele nada constrói, nada resgata,
não cura o desamor, o desencanto,
e os laços do destino ao desata?...

Chorar por que, se com meu verso e o canto,
eu posso amenizar a sorte ingrata
- vestir de Euterpe o irisado manto,
seguir sorrindo, solidária e grata?

Por mais limites que me imponha a vida,
por mais que insista a lágrima contida,
no meu caminho, igual prosseguirei.

Catando o escasso em busca de infinitos,
com os pés magoados, mas os olhos fitos
na chama azul da estrela que inventei...

Téia Borda de Lima

(Todos os direitos reservados à autora)