Nas Asas da Poesia
No vazio dos meus sonhos, tua ausência,
no mais fundo de minha alma, a solidão,
no caminho dos meus passos, a inclemência,
dos espinhos que persistem no meu chão...
No refúgio dos meus versos, transcendência,
transmudando em canto a dor, sublimação
- refrigério para os medos e carências
deste meu já tão cansado coração.
E nas asas da poesia eu sigo em frente
(já não há, mesmo, caminho pra voltar),
neste voo outonal rumo ao poente -
voo cego, em que sem medo, e só, eu vou,
porque sei, nada haverá de me magoar,
mais que a tua indiferença já magoou...
(Eloah Borda)