SUPERAÇÃO
Chorar por que, se é inútil o meu pranto,
se ele nada constrói, nada resgata,
não cura o desamor, o desencanto,
e os laços do destino ao desata?...
Chorar por que, se com meu verso e o canto,
eu posso amenizar a sorte ingrata
- vestir de Euterpe o irisado manto,
seguir sorrindo, solidária e grata?
Por mais limites que me imponha a vida,
por mais que insista a lágrima contida,
no meu caminho, igual prosseguirei.
Catando o escasso em busca de infinitos,
com os pés magoados, mas os olhos fitos
na chama azul da estrela que inventei...
Téia Borda de Lima
(Todos os direitos reservados à autora)
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