terça-feira, 29 de novembro de 2011

Os Versos Que Te Fiz - inspirado no soneto de Florbela Espanca.















Os versos que eu te fiz (inspirado no soneto de Florbela Espanca)

Eu não talhei em mármore de Paros
estes versos que venho te ofertar
- são só versos de amor, doces e claros,
que com carinho eu fiz, pra te encantar

Não têm dolência de veludos caros
mas do meu coração, tem o pulsar,
ternura imensa, sentimentos raros,
que no fundo da alma eu fui buscar!

Cada verso que escrevo é um acalanto,
transformando teu nome em doce canto
- poesia que no ar espalharei...

... teu nome, que jamais vou confessar,
que em minha boca sempre hei de guardar,
junto com os beijos que jamais te dei...

(Eloah Borda)

domingo, 13 de novembro de 2011

Decisão
















DECISÃO

Já me cansei deste caminho torto
e vou mudar o rumo dos meus passos,
juntar, colar todos os meus pedaços,
e os meus sonhos plantar num novo horto.

Com este romance que já nasceu morto
quero cortar, de vez, todos os laços,
e te esquecer, buscar novos espaços,
indo atracar meu barco em outro porto;

deste insensato amor me libertar
- queimar a ponte, os rastros apagar
e até mesmo esquecer quanto te quis.

Seguir em frente sem olhar pra trás,
e deste sonho que ora se desfaz
guardar somente os poemas que te fiz.

(Eloah Borda)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Soneto de amor somente














Soneto de amor somente...


Te amo, na paz de um calmo sol poente,
na lúdica alegria dos cantares;
te amo na realidade e nos sonhares
e todo dia a cada sol nascente.

Te amo ao clarão da lua refulgente,
e na cumplicidade dos olhares;
no brilho das estrelas milenares
e te amo porque te amo, tão somente!

És meu sonho de amor idealizado,
és tudo que mais quero, meu amado,
és minha ebulição e és minha calma...

Porque és também minha paixão, desejo
enlouquecer de gozo nos teus beijos,
porque no amor se fundem corpo e alma.

(Eloah Borda)

sábado, 22 de outubro de 2011

sábado, 3 de setembro de 2011

Acorda Coração!














ACORDA CORAÇÃO!

Vai, coração, sai dessa nostalgia
- não vês que assim machucas o meu peito?
Já não me deixas nem dormir direito,
nesse esperar insano, noite e dia!

Atrás dessa telinha há só o vazio
de um duro coração, frio, inclemente,
ao qual o teu sentir é indiferente,
e insistir nessa espera é um desvario.

Acorda! Ainda tens muito amor pra dar,
não o desperdices com quem não merece
- esse romance já é passado, esquece,
que a vida aí está, a te chamar!

Vai, coração, devolve-me a alegria,
quero cantar, feliz, minha poesia!

(Eloah Borda)






terça-feira, 2 de agosto de 2011

Como Quisiera




















COMO QUISIERA…

Como quisiera, amor, poder decirte
que yo te quiero aún más que en el pasado,
que en ese tiempo nunca te he olvidado,
y cuanto te busqué sin encontrarte!

Como quisiera, amor, borrar el tiempo,
que puso hilos de plata en mis cabellos,
enrollarme en tus brazos, y entre ellos,
mirar tu rostro y te decir “Te amo”!

Pero lo sé, mi amor, todo ha cambiado,
tu “Diosa” se quedó en el pasado,
quizá tan solo viva en tus recuerdos…

Así, debo callarme, vida mía,
guardarte con cariño en mi poesía
y abrir el corazón solo en mis versos…

(Eloah Borda)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Eu Soneto II



















Eu Soneto II

Venham vanguardas, quantas forem, venham,
como as que já vieram no passado
- vieram e se foram, sem que tenham,
o brilho dos sonetos, ofuscado.

Essas vanguardas poéticas, convenham,
bem que tentaram me deixar de lado,
mas continuo firme aqui - se atenham:
“modismos” é que são ultrapassados;

e eu viverei enquanto houver poesia,
porque, em mim, há síntese e harmonia,
porque há um perfeito ritmo em meus versos,

que são sonoros, fluidos e tersos
- catorze trilhas de um versar de estetas,
trilhas que nascem n’alma dos poetas.


(Eloah Borda)

domingo, 13 de março de 2011

Paixões e Fugas
























PAIXÕES E FUGAS

“O tempo passa desfolhando as flores,
marcando a vida, desenhando as rugas,
e o mundo roda, confirmando amores,
nesse entrevero de paixões e fugas.

Sobem os sonhos que nas nuvens param,
fogem as ilusões tão perseguidas,
e as saudades daqueles que se amaram,
num recanto qualquer, são esquecidas...

No buscar incessante, passo a passo,
procuramos na terra e pelo espaço
recolher a sonhada fantasia...

Há quem gaste esse andar, inutilmente,
procurando bem longe o que, na frente,
pode feliz fazê-lo a cada dia...”


Antenor Peixoto de Castro
Escritor e poeta pelotense, membro da Academia Sul-Brasileira de Letras.
Membro do CLIPE – Centro Literário Pelotense.