quinta-feira, 17 de maio de 2012

Nas Asas da Poesia
























Nas Asas da Poesia

No vazio dos meus sonhos, tua ausência,
no mais fundo de minha alma, a solidão,
no caminho dos meus passos, a inclemência,
dos espinhos que persistem no meu chão...

No refúgio dos meus versos, transcendência,
transmudando em canto a dor, sublimação
- refrigério para os medos e carências
deste meu já tão cansado coração.

E nas asas da poesia eu sigo em frente
(já não há, mesmo, caminho pra voltar),
neste voo outonal rumo ao poente -

voo cego, em que sem medo, e só, eu vou,
porque sei, nada haverá de me magoar,
mais que a tua indiferença já magoou...

(Eloah Borda)

sábado, 7 de janeiro de 2012


Só pra falar um pouco de saudade...

Só pra falar um pouco de saudade,
te escrevo, meu amor, mais um poema
- desculpa se repiso o mesmo tema,
é que já não domino esta ansiedade!

O teu silêncio é um nada que me invade,
e que me faz refém de longa espera
e habita em tua ausência, que é tapera,
onde vagueia, triste, esta saudade...

Saudade que aconchego no meu peito,
mas, que às vezes, se expande de tal jeito,
que já nem cabe mais dentro de mim;

e para extravasá-la eu fico assim,
a repetir-me, a repisar o tema,
compondo para ti mais um poema.



(Eloah Borda – D.A.Reservados)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Versos Tristes















Versos Tristes

Acordando de um sonho, que foi lindo,
eis-me de novo aqui, minha poesia,
trago em minha alma apenas nostalgia,
e, no meu peito, este doer infindo!

Mal começou meu sonho, e já é findo,
foi um momento breve de euforia
em que tudo na vida me sorria,
e agora, este amargor que estou sentindo...

Acolhe-me em teu seio, poesia,
- só tenho a ti, és tu minha valia,
só posso em ti este cálice entornar

- vertendo em versos todo o desencanto,
pois eles são, minha poesia, o pranto
que proibi os meus olhos de chorar...

(Eloah Borda)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Os Versos Que Te Fiz - inspirado no soneto de Florbela Espanca.















Os versos que eu te fiz (inspirado no soneto de Florbela Espanca)

Eu não talhei em mármore de Paros
estes versos que venho te ofertar
- são só versos de amor, doces e claros,
que com carinho eu fiz, pra te encantar

Não têm dolência de veludos caros
mas do meu coração, tem o pulsar,
ternura imensa, sentimentos raros,
que no fundo da alma eu fui buscar!

Cada verso que escrevo é um acalanto,
transformando teu nome em doce canto
- poesia que no ar espalharei...

... teu nome, que jamais vou confessar,
que em minha boca sempre hei de guardar,
junto com os beijos que jamais te dei...

(Eloah Borda)

domingo, 13 de novembro de 2011

Decisão
















DECISÃO

Já me cansei deste caminho torto
e vou mudar o rumo dos meus passos,
juntar, colar todos os meus pedaços,
e os meus sonhos plantar num novo horto.

Com este romance que já nasceu morto
quero cortar, de vez, todos os laços,
e te esquecer, buscar novos espaços,
indo atracar meu barco em outro porto;

deste insensato amor me libertar
- queimar a ponte, os rastros apagar
e até mesmo esquecer quanto te quis.

Seguir em frente sem olhar pra trás,
e deste sonho que ora se desfaz
guardar somente os poemas que te fiz.

(Eloah Borda)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Soneto de amor somente














Soneto de amor somente...


Te amo, na paz de um calmo sol poente,
na lúdica alegria dos cantares;
te amo na realidade e nos sonhares
e todo dia a cada sol nascente.

Te amo ao clarão da lua refulgente,
e na cumplicidade dos olhares;
no brilho das estrelas milenares
e te amo porque te amo, tão somente!

És meu sonho de amor idealizado,
és tudo que mais quero, meu amado,
és minha ebulição e és minha calma...

Porque és também minha paixão, desejo
enlouquecer de gozo nos teus beijos,
porque no amor se fundem corpo e alma.

(Eloah Borda)

sábado, 22 de outubro de 2011

sábado, 3 de setembro de 2011

Acorda Coração!














ACORDA CORAÇÃO!

Vai, coração, sai dessa nostalgia
- não vês que assim machucas o meu peito?
Já não me deixas nem dormir direito,
nesse esperar insano, noite e dia!

Atrás dessa telinha há só o vazio
de um duro coração, frio, inclemente,
ao qual o teu sentir é indiferente,
e insistir nessa espera é um desvario.

Acorda! Ainda tens muito amor pra dar,
não o desperdices com quem não merece
- esse romance já é passado, esquece,
que a vida aí está, a te chamar!

Vai, coração, devolve-me a alegria,
quero cantar, feliz, minha poesia!

(Eloah Borda)






terça-feira, 2 de agosto de 2011

Como Quisiera




















COMO QUISIERA…

Como quisiera, amor, poder decirte
que yo te quiero aún más que en el pasado,
que en ese tiempo nunca te he olvidado,
y cuanto te busqué sin encontrarte!

Como quisiera, amor, borrar el tiempo,
que puso hilos de plata en mis cabellos,
enrollarme en tus brazos, y entre ellos,
mirar tu rostro y te decir “Te amo”!

Pero lo sé, mi amor, todo ha cambiado,
tu “Diosa” se quedó en el pasado,
quizá tan solo viva en tus recuerdos…

Así, debo callarme, vida mía,
guardarte con cariño en mi poesía
y abrir el corazón solo en mis versos…

(Eloah Borda)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Eu Soneto II



















Eu Soneto II

Venham vanguardas, quantas forem, venham,
como as que já vieram no passado
- vieram e se foram, sem que tenham,
o brilho dos sonetos, ofuscado.

Essas vanguardas poéticas, convenham,
bem que tentaram me deixar de lado,
mas continuo firme aqui - se atenham:
“modismos” é que são ultrapassados;

e eu viverei enquanto houver poesia,
porque, em mim, há síntese e harmonia,
porque há um perfeito ritmo em meus versos,

que são sonoros, fluidos e tersos
- catorze trilhas de um versar de estetas,
trilhas que nascem n’alma dos poetas.


(Eloah Borda)